Por que a guerra? (Einstein e Freud, 1933 [1932])
Entre razão e instinto: Einstein e Freud debatem a origem da guerra.
GÊNIOS DA HUMANIDADE
Vitor da Silva Soares
8/15/20252 min read


Na carta, Einstein pergunta a Freud por que seres tão racionais fazem guerra. Freud responde que todos nós abrigamos dois impulsos: o impulso de vida (Eros), que nos leva a amar, ajudar e construir; e o impulso de morte (Thanatos), que representa uma força de destruição. Esse impulso pode se manifestar de duas formas: como uma tendência autodestrutiva, voltada contra nós mesmos (como quando nos colocamos em risco ou nos sabotamos), ου como agressividade voltada para os outros (como em brigas, violência ou guerra). Α sociedade tenta controlar esses impulsos por meio de leis e normas, mas não consegue eliminar totalmente a agressividade. Por isso, para Freud, a guerra é um estado de conflito natural da humanidade.
No entanto, viver em sociedade implica uma espécie de domesticação: assim como os animais são treinados para abandonar seus instintos naturais, os seres humanos são moldados para reprimir seus impulsos, o que pode gerar consequências psíquicas. A alienação surge, então, quando o indivíduo se afasta de si mesmo para se adequar às exigências da vida em comunidade. Ela se manifesta, por exemplo, em comportamentos mecânicos no trabalho - como quando alguém executa tarefas repetitivas sem sentido, ou no consumo exagerado, em que se tenta preencher um vazio existencial com bens materiais. Também aparece na perda do senso crítico diante da propaganda, da política ou da cultura de massa, quando o sujeito passa a reproduzir ideias que não são verdadeiramente suas. Essa repressão contínua dos impulsos mais profundos, sem espaço para elaborá-los simbolicamente, pode resultar em explosões de violência ou em atitudes autodestrutivas. Assim, a guerra, embora condenada racionalmente, continua sendo uma manifestação real desse conflito interno e histórico da humanidade.
" E quanto tempo teremos de esperar até que o restante da humanidade também se torne pacifista? Não há como dizê-lo. Mas pode não ser utópico esperar que esses dois fatores, a atitude cultural e o justificado medo das conseqüências de uma guerra futura, venham a resultar, dentro de um tempo previsível, em que se ponha um término à ameaça de guerra. Por quais caminhos ou por que atalhos isto se realizará, não podemos adivinhar. Mas uma coisa podemos dizer: tudo o que estimula o crescimento da civilização trabalha simultaneamente contra a guerra.
Espero que o senhor me perdoe se o que eu disse o desapontou, e com a expressão de toda estima, subscrevo-me,
Cordialmente,
Sigm. Freud "
Para Immanuel Kant, se queremos a paz, devemos nos preparar para a paz. Tomar consciência disso é importante, mas liberar o impulso destrutivo também é essencial. Os esportes, portanto, são uma das melhores formas de canalizar esse impulso, pois permitem extravasar a violência natural. O impulso de morte esse modo animal – pode cegar a razão. No entanto, quem pratica esportes tende a se tornar mais paciente, justamente por liberar esse lado instintivo de forma controlada.


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