Franz Kafka – Biografia Completa
Kafka: prisioneiro de si mesmo.
LITERATURA UNIVERSAL
Vitor da Silva Soares
8/19/20253 min read


Franz Kafka nasceu em 3 de julho de 1883, em Praga, então parte do Império Austro-Húngaro (atual República Tcheca), e faleceu em 3 de junho de 1924, em Kierling, Áustria, vítima de tuberculose. Sua obra, escrita em alemão, transformou a literatura do século XX e tornou-se símbolo do sentimento de alienação e angústia do homem moderno.
Infância e Juventude
Kafka nasceu em uma família de judeus de classe média. Seu pai, Hermann Kafka, era comerciante severo e autoritário; sua mãe, Julie Kafka, era mais culta, mas ausente devido às responsabilidades no negócio da família.
Essa relação difícil com o pai foi decisiva em sua vida e obra. A sensação de opressão, culpa e inadequação aparece em textos como a “Carta ao Pai” (escrita em 1919, mas publicada postumamente).
Era o mais velho de seis filhos, mas perdeu dois irmãos ainda pequenos. Cresceu em uma Praga culturalmente complexa: falava-se tcheco e alemão, e havia forte presença judaica, mas Kafka nunca se sentiu totalmente pertencente a nenhum grupo — esse sentimento de estrangeiro constante atravessa sua literatura.
Educação e Formação
Kafka estudou em escolas de língua alemã e depois ingressou na Universidade Carolina de Praga, onde inicialmente cursou química e letras, mas logo se formou em Direito (1906).
A carreira jurídica não era sua paixão, mas lhe garantiu emprego estável no setor de seguros, onde trabalhou durante quase toda a vida. Esse ambiente burocrático e impessoal inspiraria sua visão crítica sobre instituições e sistemas opressores.
Carreira Literária
Kafka escrevia à noite, após o expediente. Seus textos eram muitas vezes interrompidos, reescritos ou deixados inacabados, e grande parte de sua obra só veio a público após sua morte, graças ao amigo Max Brod, que contrariou o pedido de Kafka de destruir os manuscritos.
Obras Publicadas em Vida
“A Metamorfose” (1915) – seu texto mais famoso, narra a história de Gregor Samsa, um caixeiro-viajante que acorda transformado em um inseto monstruoso.
“Na Colônia Penal” (1919) – conto sombrio sobre um aparelho de tortura.
“Um Médico Rural” (1919) – coletânea de contos com forte atmosfera onírica.
“Um Artista da Fome” (1924) – histórias que exploram solidão e alienação.
Obras Publicadas Postumamente
Graças a Max Brod, o mundo conheceu os romances inacabados de Kafka, que o consagraram:
“O Processo” (1925) – Joseph K. é acusado e julgado por um tribunal invisível, sem jamais conhecer sua culpa.
“O Castelo” (1926) – um agrimensor tenta em vão entrar em um castelo inacessível, símbolo da burocracia e do poder inalcançável.
“América” ou O Desaparecido (1927) – acompanha a vida de Karl Rossmann, jovem europeu perdido nos EUA, marcado pelo estranhamento.
Vida Pessoal
Kafka foi um homem reservado, introspectivo e atormentado por crises de identidade, ansiedade e insegurança.
Relacionamentos amorosos: teve noivados conturbados com Felice Bauer e outros relacionamentos importantes, como com Milena Jesenská, tradutora tcheca com quem trocou cartas intensas.
Saúde: sofria de tuberculose desde 1917, o que debilitou sua vida até o fim. Também enfrentava crises de insônia, dores de cabeça e angústia existencial.
Religião e identidade: embora fosse judeu, não era religioso praticante. Viveu em uma época de crescente antissemitismo e sentia-se deslocado entre sua germanidade, sua origem judaica e o ambiente tcheco.
Estilo Literário
O chamado “kafkiano” tornou-se adjetivo para descrever situações absurdas, opressivas e sem saída. Algumas marcas de sua escrita:
Atmosfera de pesadelo e absurdo cotidiano.
Crítica à burocracia e às instituições desumanizadoras.
Personagens anônimos ou reduzidos a iniciais (como Joseph K.), marcados pela impotência diante de sistemas impenetráveis.
Estranhamento – situações banais que se tornam perturbadoras.
Narrativa seca e objetiva, mas com forte carga simbólica e alegórica.
Morte
Em 1924, aos 40 anos, Kafka morreu em um sanatório em Kierling, perto de Viena, vítima de complicações da tuberculose. Passou seus últimos anos em sofrimento físico, com dificuldade até para se alimentar, devido à tuberculose na garganta.
Legado
Apesar de publicar pouco em vida, Kafka tornou-se um dos autores mais influentes do século XX.
Sua obra inspirou filósofos como Walter Benjamin, Hannah Arendt, Theodor Adorno e Albert Camus.
Influenciou escritores como Jorge Luis Borges, Albert Camus, Samuel Beckett e Gabriel García Márquez.
O termo “kafkiano” entrou para o vocabulário mundial como sinônimo de situações opressivas, absurdas e labirínticas.
Hoje é estudado como mestre da literatura existencial e modernista, símbolo da angústia humana diante da alienação, da culpa e do poder impessoal.
Franz Kafka transformou em literatura a experiência do homem perdido em um mundo incompreensível, onde a burocracia, a culpa e o absurdo se entrelaçam. Sua obra permanece atual, ecoando o sentimento de desamparo e estranhamento da vida moderna.
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